terça-feira, 19 de abril de 2011

Escolhas

Da última vez que nos vimos, eu jurei para mim mesma que não o veria mais. Mas o tempo passou, e adivinhe só, eu sinto sua falta. Falta do seu sorriso, da calorosa atmosfera que você proporcionava, até da nossa estúpida música, que eu ouvia de novo e de novo, pois você parecia mais perto de mim.
Da última vez em que conversamos, eu gritei com você, dizendo que não o queria mais. Mas o tempo passou, e adivinhe só, eu sinto sua falta. Falta de andarmos juntos com nossos antigos amigos. De sentir você me abraçando quando sentia frio, e sussurrar ao meu ouvido que me amava.
Mas eu te afastei. E eu sei que você está em algum lugar, em algum lugar lá fora.
E então um dia a saudade foi forte demais, que eu precisava pelo menos ouvir sua voz. Fui até a casa do seu primo, pedir algum jeito de conversar com você. Ele não quis ajudar de começo. Parecia querer evitar a dor. Sua dor? Será que você também sentia falta de mim?
Ele liga o computador e torna a me alertar, mas a saudade é forte demais, e eu preciso te ver. Ele liga o MSN e eu espero por um sinal. Sinto seu toque bem de leve. Sua voz em meu ouvido, sussurrando que seria sempre meu.
E como uma prece, vejo seu nome subir na tela. Meu coração dispara assim que você escreve o primeiro "oi". Sentia tanta falta do seu modo de falar. A Web Cam está ligada, espero que se estabeleça a conexão. Lá está você. Sorrindo, sem saber que eu ainda estou lá. Não contenho minhas lágrimas, choro. Ver você outra vez me fez perder o folego.
Seu primo diz que tem algo importante para dizer. Acho que agora ele vai falar de mim. Mas você também diz que precisa falar algo. Está feliz. Eu conheço esse sorriso, é o mesmo que você dava para mim. E então ela aparece. Você a abraça como costumava me abraçar. A beija como costumava me beijar. Meu coração aperta. Você está longe demais para eu te alcançar. E ela está tão perto, está no meu lugar.
Não suporto ficar mais, precisei sair. Para onde? Não sei. Talvez um lugar onde eu não tenha te ddeixado ir. Algum lugar lá fora.
Eu sei que disse coisas terríveis aquela hora, mas eu realmente não quis dizê-las. Talvez meu castigo tenha sido perder você para ela, e só me tocar quando você está realmente em algum lugar onde eu não possa ir. Algum lugar lá fora...
Chego em casa e me tranco no quarto. Adiantaria chorar agora? Não importa a resposta, eu simplesmente preciso. Minha mãe bate na porta e pergunta se está tudo bem, mas eu sou grossa, e a mando ir embora. Ela diz que há um telefonema para mim, alguém aguardando na linha. Digo que ligue mais tarde. Ela insiste e mais uma vez sou grossa, e grito que não quero falar com ninguém. Então me pergunto: "Poderia a oportunidade bater à minha porta duas vezes?"
Em um ato de desespero corro para o telefone. Mamãe está quase completando a frase quando tomo o objeto de suas mãos.
"- Ela disse que..."
"- Oi? Alô?"
"- Alô..."
"-..."
Escuto sua respiração. Não a esqueceria por nada nesse mundo.
"- Amanda?", e então você me chama. Sinto meu coração apertar, e vejo tudo o que vivemos, como um filme, bem diante dos meus olhos, "Amanda?"
"- Sim?", valeria a pena me fazer de forte? Dizer que estou bem? Dizer que não senti nada até hoje? Mentir...?
"- É bom escutar sua voz outra vez"...

Nenhum comentário:

Postar um comentário